2002 Agosto, mês no qual existi?

Este trabalho foi concebido ao questionar a necessidade de tirar uma fotografia para sentir-se vivo. Pois, segundo Jean Baudrillard, “Se você não deixa rastro ou se alguém se encarrega de apagá-los, você está como morto” (A Arte da desaparição. Rio de Janeiro: UFRJ / N-Imagem, 1997, p.50). Na contemporaneidade esta afirmação pode ser exemplificada quando constatamos que só conseguimos nos sentir em algum lugar se tivermos o registro do local e da nossa presença. O título da obra ajuda na identificação desta característica, pois, ao perguntar “o mês no qual existi?”, coloca-se em dúvida a veracidade da própria imagem apresentada.
Outro aspecto importante é que esta obra se constrói ao acreditar que a fotografia é um meio de expressão de conceitos, pois, segundo Vilém Flusser, a câmera fotográfica é um “brinquedo que traduz pensamento conceptual em fotografias” (Ensaio Sobre a Fotografia. Para uma filosofia da técnica. Lisboa: Relógio DÁgua Editores, 1994, p.23) . Conseqüentemente, esta técnica revela a intenção do artista e não do objeto fotografado. Diante destas colocações podemos questionar se as fotos são realmente dos dias de agosto (já que são apresentadas 31 fotografias, assim como os dias deste mês), ou se foram montadas para enganar, travessear com aqueles que ainda acreditam que simulacros são provas da realidade.

Exposições:

2004 “Sem Titulo” (17a Jovem Arte Contemporânea) – Galeria de Arte Dulcina de Moraes – 03 à 10nov., Brasília, DF
2003 Salão Nacional de Arte de Goiás
- Flamboyant Shopping Center – 18 jul. - 09 ago, Goiânia, GO.
- Museu de Arte Contemporânea de Goiás – 14 out. Goiânia, GO.



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